Anda sem abrigo O meu coração E apesar de amigo Se falo contigo Dizes sempre não. Há-de vir um dia quando eu for morrer nessa luz sombria mesmo da agonia Hei-de ainda dizer: Quem é dono do meu ser És tu. Porque passas sem me ver, Não sei. Vivo só dentro de mim, louca amargura, Já não creio na ventura Em que sempre sonhei. Ai, Meu amor, quem ri agora És tu, Mas um dia há-de surgir A dor, Hás-de sofrer como eu sofri De amor que era só teu, e depois quem há-de rir Sou eu.