Tão logo os homi avistou Veio um socó e avoou! E ao quero-quero avisou pra precaver Ouviu-se um vento assoprá E um vaga-lume acender! E um caranguejo-uçá foi se esconder Meu coração é um manguezal Ameaçado de extinção Suja mais não, põe lixo não Maltrata não, deixa não Por mais que eu venha estropiado Escorregando na paixão Tem dó de mim Meu querubim Não faz assim Que coisa ruim Meu coração destrambelhado Quer sair da contramão Ora diz sim, se contradiz Faz que não vai, diz que não Foi tudo em vão Não faz assim Tem pena de eu Volta aqui! E o meu amor desacoitado Está carente de perdão Tal qual as lindas garças Que se vê nos manguezais Eu tenho pena, guardo meus ains Sou bicho feito pela natureza Ah, não faz assim comigo não Sou mangue-sapateiro Quase aberto em floração E a predação? Ah! Ah! Não deixa não! Bico teus olhos bico tuas penas E eu com minhas penas vivo só Ouvi um vento a soprar Um vaga-lume acender Um raio relampejar Garça nascer Veio o socó e avoou Foi foi, fingiu que foi Mas foi no mangue Foi se amoitar E o martim-pescador Bem-te-vis! Quando os vejo eu me ponho A invejar asas que Deus Nunca me deu Pra voar no jequiá Meu amô vê se não me condena Careço de pena Sou eu ou não sou seu xodó! Sou não sou, diz que sim Faz favor mente um pouco pra mim