Um dia, o criador soprou o minuano E o que era tapera tornou-se querência As notas libertas nas cordas do tempo Tocaram ao vento o som da existência E todo silêncio se fez luz e sonho Presságios de um mundo de amor e magia As vozes da vida semearam futuro E a terra gaúcha nasceu nesse dia. Então o minuano soprou mundo a fora Erguendo coxilhas e o pampa sulino Surgiram os campos, o céu, e um rio grande E força de um povo buscando destinos. Por isso que quando o minuano assovia Nas frestas das tábuas de cada galpão Em cada gaúcho renasce este pampa E dentro peito o amor a este chão (É só o minuano assoviar a canção) Fagulhas do sol, pela força do vento Desceram pros ranchos num fogo de chão E outras mais claras cobriram a terra Pintando as estrelas no céu do rincão. Então o minuano num sopro mais forte Criou o horizonte tão vasto e disperso Que assim, se os gaúchos tentassem buscá-lo Iriam, por fim, encontrar o universo