Irmão não leve a mal ainda não vi seu trabalho Nem vi o celular pois tava morto pra caralho Tava espairecendo Desconectei Dei um tempo Só um tempo Mas torço por seu trampo Se lembra quando lá ao lado da pracinha A maior preocupação que a gente tinha Era catar as pedras pra fazer travinha Curar os dedos do pé com o tampo arrancado Tanger jumento Correr na rua E ser feliz andando por aí Todo malamanhado O que será que essas crianças iam pensar nos vendo hoje? Eu diria que a gente fez o que pôde Uns vacilos aqui, outros ali, mas é normal Também tivemos acertos e tem churrasco no quintal Não sei te dizer se a gente chegou lá Se é que já não passamos, sei que vamos chegar Desesperar não resolve, irmão E se resolve, pra que desesperar? Um brinde aos que nunca foram embora Aos que nunca deixam o samba Aos que nunca perdem a graça Aos amigos que a gente ama Um brinde aos que nunca foram embora Aos que nos dão esperança Aos que dão a cara a tapa Aos os amigos que a gente ama Só quem nunca sai de moda Só quem nunca sai de cena Os que nunca batem a porta E chegam junto nos problemas Os que nunca deixam o samba Os que nos dão esperança Os amigos que a gente ama