Esse vendaval Foi guia da minha vida Fez a minha nau Ancorar num canal, perdida Atravessei As geleiras e a neve Vento, me leve, Pois sempre navegarei Esse furacão Fez do meu peito um deserto Transformou meu chão Num vão que engole o céu aberto Estou aqui Vendo miragens antigas Mas aprendi Que ninguém ganha as brigas Um milhão de sóis Me deram força infinita E quando eu solto a voz Meu peito-escudo é quem grita Minha garganta é a santa Que me protege Pra que eu veleje Enquanto minha alma canta