Era uma terra de boa medida Uma rocinha cultivava o que era trivial E na baixada, um brejo de lagoa Depois dele, um veio d'água e pinguela de pau Desembocava no córgo do meio Eu tinha medo de receio daquele lugar Se enveredava na sombra escura da mata Nem por reza nem pirraça eu tentava lhe acompanhar O medo brota na mente da gente Oxente, que menino bobo, cê pode pensar De dia, até que eu achava bonito Mas té hoje inda evito de passar por lá, pois Meu amigo, à noite é diferente À noite é quando a gente sente o peito arritimar Ali no encontro do córgo com o veio d'água Em noite de quarto minguada Os pêlo chega alfinetar! Alí na bêra do córgo do meio, em cima d’água, eu vi a língua azul do boitatá A mãe da Lua, no córgo do meio, e os curiango, eram as alma que vinham penar Passava perto do córgo do meio e ficava imaginando a pinguela quebrar Ali na mata do córgo do meio, à meia noite, eu vi a venta da onça esturrar Ê, boitatá, ê ê ê Ê, boitatá, ê ê ê Eu, home feito, pesado, barbudo De calo grosso, facão no afiar Depois de andar nas picada do mundo E despencar do que era certo achar Tem vez que busco a coragem no fundo Tem vez que falta a fibra de arriscar Mas sempre lembro dos medo que tive E do respeito e da coragem que esses medo dá Alí na bêra do corgo do meio, em cima d’água, eu vi a língua azul do boitatá A mãe da Lua no córgo do meio e os curiango, eram as alma que vinham penar Passava perto do corgo do meio e ficava imaginando a pinguela quebrar Ali na mata do córgo do meio, à meia noite, eu vi a venta da onça esturrar