Ei, meu caro, olha só o que virou Dessa vida que a gente tanto cantou Agora de cima, do alto da multidão Eu vejo o caos, a dor e a solidão Tanta tela, tanta gente conectada Mas o coração, oh, tão desconectado Vendendo a alma em pixel, em milhão Esquecendo do amor, da revolução Todo mundo correndo, sem saber onde ir A corrida dos ratos e ninguém quer admitir E eu daqui, desse lado do espelho Vendo o mundo perdido em seu próprio anseio Ah, eu vejo o céu, vejo a terra e o mar Mas cadê a verdade pra gente acreditar? Entre o grito da massa e o silêncio do adeus Canto essas palavras pra abrir os olhos teus Agora é tudo rápido, ninguém mais para pensar A vida é um flash, não tem tempo pra sonhar As velhas canções, meu caro, já não fazem eco Perderam-se nas ondas desse novo dialeto E as mentiras? Ah, essas continuam iguais Só mudaram de forma, mas o gosto é o mesmo, rapaz E no meio desse circo, vejo a plateia aplaudir Mas eu pergunto: Quem vai, por fim, resistir? Daqui de cima, eu toco minha guitarra astral E ela me diz que o mundo perdeu o sinal Mas ainda há tempo, meu amigo, pra reverter Pra lembrar que viver é muito mais que só ter Ah, eu vejo o céu, vejo a terra e o mar Mas cadê a verdade pra gente acreditar? Entre o grito da massa e o silêncio do adeus Canto essas palavras pra abrir os olhos teus Então escuta, amigo, escuta o que eu digo Porque o tempo é curto, e o caminho é antigo Lembra que o amor ainda é a solução E quem sabe, um dia, eu volto pra essa canção Mas antes que o sino toque a última badalada Olha pro espelho e veja tua alma cansada Não deixe que a rotina roube teu coração Porque é no simples, meu caro, que mora a revolução Ah, eu vejo o céu, vejo a terra e o mar Mas cadê a verdade pra gente acreditar? Entre o grito da massa e o silêncio do adeus Canto essas palavras pra abrir os olhos teus Ah, eu vejo o céu, vejo a terra e o mar Mas cadê a verdade pra gente acreditar? Entre o grito da massa e o silêncio do adeus Canto essas palavras pra abrir os olhos teus