Na tempestade de pedra A raiva vem e leva Parte do que sobrou do seu coração Jogou no abismo imundo Que abriga os mundos E partilha dessa podridão Eu inventaria mundo novo Se eu pudesse enxergar Deixaria novos rumos Pra você se deleitar E pagarias as promessas Que dividem nossa terra Antes mesmo de rezar Sopraria no teu olho A coragem pra lutar Despejaria na tua veia A beleza da mulher feia Pra você se apaixonar A fumaça do bueiro Beija o seu travesseiro E você ainda tenta relaxar E durante os cortejo Arreganham-se bocejos Com muita preguiça de chorar No calor do dia as flores Não conseguem respirar O frio da noite corta os rios Sem ninguém pra velejar Vejam a morte do poeta Que viveu sem pressa E não viu o dia chegar Eu não pensaria duas vezes Ao ver você sangrar Eu daria o meu braço A beira de um colapso Pra poder te levantar