Onde começa? Onde termina? Só vejo passos, mas não vejo saída Cada curva é uma promessa vazia Será que a chave está perdida? Ouço passos que não são meus Sombras sussurram segredos que eu não entendo Relógios congelam, mas o tempo não para Cada porta que abro revela outra farsa Quadros sem moldura, desbotam memórias Pincéis de silêncio pintando histórias Paredes respiram, me prendem no agora E o chão dissolve cada vitória Quem acendeu a chama sem calor? Quem escreveu um livro sem autor? Sigo um reflexo que nunca termina Labirinto sem fim, sem rima Quem desenhou o céu sem estrelas? Quem apagou o Sol das janelas? Se o silêncio é tudo que espero Talvez eu carregue o mistério Vento gelado cortando as vértebras Um ciclo sem ponto, uma mente desértica Luzes piscam, disfarçam a escuridão Mas só enxergo neblina na visão Espelhos que refletem o que não sou Estilhaços no chão me mostram onde estou O peso nas costas é leve demais Quem carrega vazio nunca tem paz O mundo grita, mas o som não alcança A alma vaga, o corpo balança Pés em chamas, chão congelado Labirinto de vozes num silêncio gritado Perdido em linhas que se entrelaçam Mãos que tocam, mas não abraçam Chaves que giram em fechaduras sem porta Enigma sem lógica que me confronta Meu fôlego é fogo que se consome Correndo em círculos sem sobrenome O vento ri como se fosse eterno Me entrego ao escuro, abraço o inferno Quem desenhou o céu sem estrelas? Quem apagou o Sol das janelas? Se o silêncio é tudo que espero Talvez eu carregue o mistério Códigos escritos nas veias que pulsam A mente implode enquanto olhos expulsam Paisagens borradas por lágrimas secas Gritos afogados em águas quietas Na mente, risos que nunca existiram O peso de promessas que nunca me deram Desenho no ar as formas do vazio E abraço o caos enquanto sorrio Quem apagou o farol na tormenta? Quem me jogou nessa busca sedenta? Linhas que dançam no fim do papel Será que o céu também é cruel? Labirinto feito de frases truncadas Palavras sussurram, mas nunca são claras Uma bússola gira sem direção O Norte é um mito, só há confusão Carrego o peso do tempo que some Cicatrizes falam, mas ninguém responde Vejo sinais, mas o mapa é quebrado Cada escolha me deixa mais afastado Quem desenhou o céu sem estrelas? Quem apagou o Sol das janelas? Se o silêncio é tudo que espero Talvez eu carregue o mistério Os ventos me empurram contra as paredes Cada passo que dou, mais fundo eu me perco A luz no final? Um reflexo distorcido Um truque da mente, o destino invertido Se há uma saída, será que é real? Ou sou eu que me prendo num ciclo fatal? Lanço perguntas ao abismo que espera Mas só ouço respostas que ninguém revela Corro em círculos, mas nunca me movo Procuro o fim, mas o começo é novo Labirinto sem fim, talvez eu seja ele Talvez o fim esteja aqui