Na calçada fria, um homem desolado Era de Santa Maria, agora tá acabado Perdeu tudo que tinha, foi pro centro da cidade Santa Maria foi seu lar, agora é só saudade Os prédios imponentes, ele vê de longe A cidade avança, ele só se esconde O frio aperta, a fome é sua amiga No meio do caos, ele busca uma saída Ninguém vê, ninguém quer saber No meio do concreto, quem vai entender? Não é só um cão, é um ser humano Mas a cidade passa, indiferente, sem plano Largou o bairro, foi pra região central Esperança de dias melhores, agora é só o mal Os restos de comida são seu único abrigo Na selva de pedra, ele tá sem rumo, perdido O preconceito é constante, a cidade não abraça O desprezo é a moeda, e ele tá na ameaça A vida que ele conheceu, agora é apenas um sonho No meio das ruas, onde tudo é tristonho Ninguém vê, ninguém quer saber No meio do concreto, quem vai entender? Não é só um cão, é um ser humano Mas a cidade passa, indiferente, sem plano E se fosse você, na calçada fria No centro da cidade, com essa agonia? Promessas de mudança, só são palavras A rua é prisão, e a fome é cravada Ele pensa no passado, nos dias de paz Mas agora só resta a dor, o frio que não se desfaz A morte se aproxima, o final é visível Santa Maria é cruel, o destino é invisível O corpo já não aguenta, o frio é constante Cada dia é uma luta, um fardo angustiante Ele sabe que a rua não vai mais perdoar E Santa Maria, sua antiga casa, não vai mais se importar Pensou em seus sonhos, no que deixou pra trás Agora é só um corpo no meio dos demais A cidade continua, sem olhar pra trás Mais um invisível, que a vida não faz mais Ninguém vê, ninguém quer saber No meio do concreto, quem vai entender? Não é só um cão, é um ser humano Mas a cidade passa, indiferente, sem plano E assim ele caiu, sem ninguém pra chorar Na calçada da cidade, onde o desprezo vai ficar Mais um corpo no chão, mais uma vida que passou Santa Maria, a cidade, indiferente ao que restou