Ei, 50 conto, se liga na missão Vai rodar no mundão, movimentar o povão Mas será que no final, quem vai sair ganhando? Escuta essa história, tô te explicando Saiu do bolso de um trampo suado Foi direto pra padoca, pão quentinho no tablado Pegou o troco miúdo, já deixou no balcão Ajudou o padeiro a manter o pão na mão Depois, subiu no busão, passou na catraca Levou o cobrador a garantir sua janta básica Na esquina, virou pastel com caldo de cana Fortaleceu o ambulante, deixou a grana Cinquenta no mercado, virou arroz e feijão Pintou no boteco e virou cerveja com porção Tá na lojinha, virou meia pro pivete Rodou o bairro inteiro, no giro de um confete Cinquenta na pista, não para de girar Mantém a quebrada, faz o povo trabalhar Se fosse só no plástico, quem ia lucrar? É o banco, a máquina, sugando sem parar Agora pensa no mesmo, mas num cartão digital Cada vez que ele passa, o banco leva o tal Taxa daqui, tarifa de lá Um real pra cá, dois reais pra lá Do pastel da esquina, o dono nem viu Uma parte foi pro banco, sistema já engoliu No fim do mês, o padeiro tá no vermelho Enquanto o banco cresce, só engorda o cofre cheio E essa ideia da moeda digital Parece moderna, mas no fundo é letal Querem controlar até o troco do pão Transformar o nosso suor em números na mão Cinquenta na pista, não para de girar Mantém a quebrada, faz o povo trabalhar Se fosse só no plástico, quem ia lucrar? É o banco, a máquina, sugando sem parar Nota amassada, suada, com cheiro de povo Resiste na quebrada, mantém o mundo novo No banco ou na fintech, só querem consumir Mas no bolso do humilde, tem história pra seguir Um mês rodando, cinquenta ainda valendo Fortaleceu a favela, manteve o povo vivendo Mas na era digital, o dinheiro é ilusão O que é nosso, na verdade, vai pra mão do patrão E assim vão querendo acabar com o papel Dizendo que é moderno, vendendo um céu Mas na real, é controle, é manipulação Cinquenta reais vira dívida, e nós na servidão Cinquenta na pista, não para de girar Mantém a quebrada, faz o povo trabalhar Se fosse só no plástico, quem ia lucrar? É o banco, a máquina, sugando sem parar Então respeita a nota, que ela é resistência Girando na quebrada, mantendo a coerência Cinquenta na pista, é luta, é conexão Dinheiro na mão do povo, não na transação Então respeita a nota, que ela é resistência Girando na quebrada, mantendo a coerência Cinquenta na pista, é luta, é conexão Dinheiro na mão do povo, não na transação