Tava dormindo e sonhando No sonho tava escutando Uma voz dizendo, vá Fazer uma serenata Conhecer as verdes matas E as montanhas do Pará Ali naquele momento Eu entrei de mata adentro Afinei meu violão Por estar em terra estranha Pedi licença a montanha E cantei uma canção Quando eu tava cantando Logo um índio veio chegando E começou a me falar Me chamou de “Socicaba” Você vai até a taba Que o chefe mandou chamar Quando cheguei na aldeia Que a coisa tava feia Da vida perdi fé Com meu violão de lado No momento fui levado A presença do pajé Ele disse, meu amigo Com você não há perigo Cante aí essa canção Eu cantei, ele alegrou Uma índia apaixonou E me ofertou seu coração Ali naquele momento Pedi ela em casamento O chefe não fez questão Me casei dentro da mata Fazendo uma serenata De viola e de canção Depois que a festa acabou Todos os índios retirou Fiquei sozinho a dizer Com a minha jovem bela Uma índia igual aquela Nunca mais eu pude ver Fiquei com meu bem amado Com a selva ia à meu lado Lá nas matas de Belém Andando de mata afora Quando foi naquela hora Acordei, não vi ninguém