Há de chegar, vinda de lá sem avisar solta vela e sal Na manhã vasta e sã, cortesã minha estrela sertã Nesse lugar, por trás do mar, adivinhar sopro e vendaval Lá no céu, sem ter fel, solta ao léu barra há de quebrar Arde calor, carne da flor, haja o sabor da memória vã Que se faz artesã, tecelã dos que não têm amor Brilha nada no cais Feito força e farol queima as asas do Sol, queima as asas do Sol Ritmo lento dos remos batendo na água Tecido de estrela, mesmo sendo aquela vento roça na tela Tem olhos da proa, tem os olhos de água, tem o chão de canoa E o ritmo lento dos remos batendo na água De céu todo aberto é um imenso deserto De légua marinha Só a estrela do alto desfaz o asfalto e brilha sozinha