Bala, volta a bala, volta o grito, volta a reação estúpida Vidro estilhaçado e o pára-brisa volta agora a existir Sai a bala da minha cabeça, volta o tiro, tire esse final daqui Bala: volta à arma, tira o carma que te colocou a pólvora Volta a bala ao berro do silêncio quando antes de partir Volta aquele dedo, aquele medo do vermellho, abre esse sinal por vir Tira o menino sem ter pra onde ir Volta pro colo da mãe já nem aí Volta pra bola, pro amor, pra escola Pra tudo que se fez ausente Volta pro ventre mas tira ele dali Bala, volta a bala, volta tudo que inverteu toda essa lógica Vida estilhaçada no estofado volta agora a existir Tira a arma na minha cabeça, não se esqueça qu'eu vou te tirar daqui Voto: volta à urna, tira a turma que te colocou em cólera Volta a bala ao berro das crianças que ainda estão por vir Bala meia-volta, volta e meia se aloja na cabeça, mas vai sair Tira o menino sem ter pra onde ir Volta pro colo da mãe já nem aí Volta pra bola, pro amor, pra escola Pra tudo que se faz ausente Volta pra frente mas tira ele dali Bala, volta a bala, volta o tiro, volta a arma, vota o grito, volta o vidro, volta a bala meia-volta. Bala meia volta, volta e meia, se aloja no silêncio, na cabeça do menino, volta o tiro Bala, volta à urna, volta o voto, volta a turma, volta o colo, volta a reação a bala meia-volta. Bala, volta a bala, volta o tiro, volta tudo.