Nuvens carregadas Carros desarmados A rua da minha casa é um mistério até pra mim Gritos e sussurros Sirenes e fissuras Dentro do meu quarto: Tecos, picos, tragos, fim Meu submarino me leva enquanto existo Quando não existo ou quando nenhum Cristo Me transcende, a Cartomante beija a morte e beija Dizendo coisas sobre a vida que não vê Cartomante, me atormente As previsões, os tempos Nada me sorri Me atormente, Cartomante O que eu sabia antes Agora eu nunca vi Beija a morte, entrega a faca e diz que é só miragem E diz que é só Beija a faca, se entrega à morte e diz que é só miragem Coragem de quem lê De quem lê sem culpa os estragos de um homem Que saiu de casa pra morrer E encontrou a morte num pingado de cachaça vagabundo E esqueceu do mundo e se esqueceu Nuvens carregadas Carros desarmados A rua da minha casa é um mistério até pra mim Nuvens desarmadas Carros carregados A rua da minha casa é um mistério até pra mim Beija a morte, entrega a faca e diz que é só miragem E diz que é só Beija a faca, se entrega à morte e diz que é só miragem Coragem, coragem Beija a morte, entrega a faca e diz que é só miragem E diz que é só Beija a faca, se entrega à morte e diz que é só miragem Coragem de quem lê As minhas mãos As tuas mãos Vazias