Eu falo de um Brasil que ainda existe Roçado em madeira de enxada Guardado entre mourões de uma porteira Em trilhas e curvas de uma longa estrada Eu canto a fauna e flora exuberantes Florestas, cerrados, pampas, pantanais Serras de um azul quase brilhante Veredas, olhos d'água, mananciais Eu canto meu chão, a vida no sertão O amor que me aquece o coração Numa costeira de rio Um barco segue manso pelas águas Leva a riqueza da terra Num samburá de taquara Nas pedras de uma chapada Trotes e passos de mulas À noite a viola canta Sob o olhar sereno da Lua Eu celebro a amizade que ainda existe O trato feito, o valor de uma palavra A força que na vida é meu esteio E a alegria de cumprir cada jornada Vida que é possível em harmonia No trabalho, na fé e no perdão Na compatricidade entre os homens Que faz da lida um grande mutirão Eu canto meu chão, a vida no sertão O amor que me aquece o coração Numa costeira de rio Um barco segue manso pelas águas Leva a riqueza da terra Num samburá de taquara Nas pedras de uma chapada Trotes e passos de mulas À noite a viola canta Sob o olhar sereno da Lua Oh, da Lua