Solito e manso na solidão de algum posto Pensando longe mateio bombeando a lua Quando a lembrança se potreia e vira as garra Sempre me agarra sentindo saudades tuas Se eu não tivesse que andar rolando o mundo guasqueando a sina de ter nascido encruado acolherava minha estampa em tua alma Serena e calma eu deixava de andar alçado Foi o destino que fez com que eu me perdesse Pela distância que se agranda e me carrega Com meu sombreiro debochando das tormentas Das que arrebenta escabelando macegas De ponta a ponta vou cruzando esta querência Golpeando potro e pechando boi nos refugos Pois não me entrego nem pra o guascaço mais forte Só mesmo a morte pode me quebrar o sabugo Pra querendona flor de prenda meu amor Eu ofereço minha estampa de campeiro E se o tempo não se fizer de carancho Eu ergo um rancho n'algum recanto fronteiro Pra escora o golpe das galopeadas do inverno E vento que assovia das bibocas A quincha grossa de santa-fé e estaladeira Será trincheira pra um teatino e uma chinoca E quando o sol brilhar mais cedo e mais forte E a primavera alvorotar o meu rincão Serei mais taura em domas e gineteadas Das campereadas erguerei poeira do chão E a flor mais linda que florescer será ela Frente ao galpão no clarão de um riso largo Pra me dá um beijo quando eu voltar estropiado Pedindo agrado de carinho e mate amargo