Hoje o sol nasceu mais cedo Pra o índio da recolhida Que trouxe mala extendida Junto a um primeiro clarão Faz parte da obrigação E o cuera que não se entrega Tenteando grito de pega Já vem de buçal na mão. Sou cria do recoluta Sou da costa do banhado Por isso é do meu agrado Cortar o rastro da sorte Ir de encontro ao vento norte Quebrar meu chapéu na nuca Pois a vida me cutuca Pra ser parceiro da morte. Dá gosto quando a tropilha Sente o guiso e vira à frente Florindo os olhos da gente Que já nasce pros arreios E crescem enfrenando ânseios, No desdobrar das auroras Quando as vozes das esporas Fazem tantos garganteios Fazem tantos garganteios. Meu mundo é um galpão de estância Meu pingo é um flete de guerra Que pisa firme na terra Quando venho armando o laço, Meu destino eu mesmo faço E ao "santo" padre eu entrego Sei que algum dia eu sossego Mas não vai ser por fracasso.