Um montão No meio de tantas estrelas Vamos nós A girar Numa ínfima bolinha azul Vamos nós Um clarão No fim de uma espiral de luz Vamos nós A vagar No meio de tanta poeira Juntos, só E poeira, sim, somos nós Mas dentre zilhões E outros zilhões E mais um tantão de outros zilhões de estrelas Quem está lado a lado Somos você e eu E poeira, sim, somos nós Mas entre clareiras E alguns clarões Tem mais uma luz dentre tantas estrelas Que ilumina a poeira Que sou eu, é você A chocar Entre sóis Fomos nós Todo esse espaço Em quatorze bilhões de eras (Em treze ponto sete bilhões de eras) O nosso incidente estelar Habitar Uma noz Muitos sós Todo esse espaço Que dentro de meu coração de poeira Em tantos segundos ocupa você Bem maior (tantos os segundos e segundos que o universo tem) Tão maior (estes os segundos tão profundos que estes versos têm) Bem maior Tão maior dentre tantas estrelas