São tantas as cruzes, que o mundo tem Porém raras vezes se para à pensar Que nem todas, simbolizam o suplício Nem todas nos plantam, argueiros no olhar O olhar que cruza, é um buenas tardes Saúda a quem chega, acena quem vai E quando a mão, é cruz sobre o peito Simboliza a fé, em nome do pai Uma cruz que envelhece, no vazio da pampa É de quem carregou, a cruz mais pesada E a cruz que ressalta, n'algum mausoléu Traduz uma vida, que não faltou nada As cruzes que voam, em tardes de sol Se tem asas negras, são funerais Mas quando aparecem, com branco nas asas Retinas vislumbram, os tempos de paz A cruz das estrelas, na quincha do pago É que dá o sentido, da cruz da estrada E as cruzes do pingo, que uso por trono É onde eu cruzo, feliz nas canhadas Os braços abertos, é a cruz do corpo É a alma aberta, sentimento fraterno E esse calor, que brota por dentro Ameniza agruras, de qualquer inverno Na cruz de uma adaga, escora-se o golpe A cruz no estanho, é fogo mortal E a cruz missioneira, mutiplica braços E revive a história, num canto imortal A cruz na boca, pede silêncio A cruz a quem benze, tem dialeto A cruz no papel, é escola da vida -O aval na palavra, do analfabeto- Está na Cruz, a Paixão de Cristo Da cruz se fez, o nome de alguém Se a Cruz representa, a Santíssima Trindade Tem a fé que conduz, ao caminho do bem