Meu patrão, peço desculpas Por causa deste embaraço Ergui em riba do laço Na verdade eu me atrasei Eu voltei, me emborrachei E ainda estou ressacado E por sair tão apurado Nem a tesoura peguei Ô patrão me empresta uma Pra eu devolver no final E se não levar a mal Peço mais coisa emprestada Tô com a espora quebrada Minha bombacha rasgou E de tanto que já andou Minha bota tá furada Já cheguei meio sem força Que a boia anda meio fraca Sem um pila na guaiaca Que já nem sei o que faço Dou tripeiro num bagaço Porque a fome é meio antiga E a pelanca da barriga Já grudou no espinhaço! " E a pelanca da barriga Já grudou no espinhaço! A miséria tá bem grande Isto a gente não disfarça Quero entrar nesta comparsa Pra ver se arrecado uns pila Não há serviço na lida Já cansei de procurar Então vou ter que encarar Mais uma safra de esquila Se a comparsa tá completa Fico até de cozinheiro Sei fazer um carreteiro E sou bueno pra provar Não posso é me acomodar Porque os pila tão bem ralo Já empenhei meu cavalo No bolicho do Delmar! Já cheguei meio sem força Que a boia anda meio fraca Sem um pila na guaiaca Que já nem sei o que faço Dou tripeiro num bagaço Porque a fome é meio antiga E a pelanca da barriga Já grudou no espinhaço E a pelanca da barriga Já grudou no espinhaço Eu até estava querendo Lhe pedir outro favor Que fosse meu fiador Numa venda bem curtida Quero ajeitar minha lida Quem sabe achar um cambicho Que me arranque do bolicho Porque a coisa tá encardida! Depois dos trabalhos feitos E as contas bem acertadas Novamente, pego a estrada Solito, sem companheiro Mas no próximo janeiro Se Deus quiser vou voltar Pra novamente esquilar Os rebanhos de Pinheiro Pra novamente esquilar Os rebanhos de Pinheiro