Invernos não são mornos São vermelhos na carne São ferozes no abate Invernos não são santos Sempre haverá qualquer coisa De pecado nos olhos nus Nas árvores despidas Nos ombros curvados Nas roupas distraídas e pesadas Nas dores corrompidas e desavisadas Sempre haverá um inverno, uma poda Um inferno de olhos vermelhos implorando Um azul de céu, qualquer coisa de mar Invernos não são prantos São sedentos nas noites São marcados nas faces Invernos serão tantos Sempre haverá qualquer coisa De sagrado nos ombros nus Nas ruas despidas Nos dias curvados Nas roupas distraídas e pesadas Nas dores corrompidas e desavisadas Sempre haverá um inverno, uma poda Um inferno de olhos vermelhos implorando Um azul de céu, qualquer coisa de mar Uma densa vontade de ser vento No reencontro das coisas germinadas... Germinadas Sempre haverá um inverno, uma poda Um inferno de olhos vermelhos implorando Um azul de céu, qualquer coisa de mar