Lá no velório era baile entreveiro Cachaça, riso e griteiro na capela imaculada Assunto tinha de sobra pros mais metido Juquinha tinha fugido e morreu o negro geada Lá pelas tantas já deu outra confusão Deram um chute no caixão e quebrou toda a madeira Pra ir pro enterro antes que cantasse o galo Ataram o morto a cavalo numa égua caborteira Quando cruzaram no bolichão da esquina O gaiteiro junto da china borracho saiu tocando E a égua veia carregando o morto taita Deu uma bufada na gaita e se arrastou corcoveando E o caminho do enterro Era trago e gargalhada Um defunto gineteando por nome de negro geada Fazendo a história do morto que não tombava por nada E o caminho do enterro Era trago e gargalhada Um defunto gineteando por nome de nego geada Fazendo história do morto que não tombava por nada Viagem longa da capela ao cemitério Vinha ao enterro gaudério volta e meia uma pegada Vinha o defunto se sacundindo no espaço Batendo cabeça e braço, mas com as perna bem atada Um índio veio esperou dar uma trégua Laçou do pescoço a égua e tirou o morto na coragem Chegou o padre pra o enterro sem caixão E o trovador na ocasião começou as homenagem E a gauchada já encharcada da pinga, pai nosso Enrolando a língua e atrapalhando as muié E em terra fria despediu-se o negro geada E por lembança as pataguada foi enterrado de pé E o caminho do enterro Era trago e gargalhada Um defunto gineteando por nome de negro geada Fazendo a história do morto que não tombava por nada E o caminho do enterro Era trago e gargalhada Um defunto gineteando por nome de nego geada Fazendo história do morto que não tombava por nada Que não tombava por nada Que não tombava por nada