Meu charme é irrecusável E eu danço divinamente Sua a risada tão irritante Suas pernas tão atraentes Vou lhe conduzir por salões Que você não imaginou Irei lhe devolver em dobro o que você nunca emprestou Essa frescura de novo normal Que você chama diversidade Será por ignorância Ou simplesmente ingenuidade Tudo que sempre existiu Continua como sempre foi Olhe nas tetas da vaca E veja o membro do boi Não tente me decifrar Ora faça-me o favor Eu sou o seu paradoxo O anarquista conservador O homem busca a sua coragem No dinheiro e no bourbon A mulher sempre a encontra No salto alto e no batom Pois amor é o nome dado Para a carência e apatia É o medo de ir dormir Sem nenhuma companhia Se me deparo com a tradição Faço questão de reverenciar Mas logo perco o interesse Então só quero esculhambar Essa deve ser a trilha Por onde seguirei sozinho Os fracos herdaram a terra Não me resta outro caminho Não tente me decifrar Ora faça-me o favor Eu sou o seu paradoxo Um anarquista conservador Chorar, ajoelhar, rezar Nada disso é preciso É melhor reinar no inferno Do que servir no paraíso Falar que luta pela paz É a mais pura imbecilidade É como dizer que quer foder Em busca da virgindade O anjo do perdão Perdeu as botas e as asas Nossa cova com certeza Será pra lá de cova rasa Mas eu já sobrevivi A duzentos funerais Caindo de cima das torres E dando saltos mortais Não tente me decifrar Ora, faça-me o favor Eu sou o seu paradoxo O anarquista conservador Não, não Não tente me decifrar Ora, faça-me o favor Eu sou o seu paradoxo O anarquista conservador