Minha janela não me deixa ver o Sol Enquanto meus olhos choram sedentos de luz Minha aquarela ficou sem cor Embora tenha ficado alguns traços azuis Minha janela não quer mais abrir Só me permite ouvir os risos no corredor Mas esquece que o sangue tenta escapar das veias Esperando que em seu parto não haja dor Foi nadando nessas águas, nesse rio sujo Que eu gritei minha fala nesse teatro imundo Nadei contra a corrente, vesti espada e escudo Mas eu não sabia que era só eu contra o mundo Eu lutei Lutei até cair de tanto cansaço Eu joguei Mas fui derrotado em meu próprio time Eu julguei Mas não devia pra não ser julgado Perdoei Perdoei porque talvez fosse meu o crime Minha janela sempre me diz coisas horríveis Eu sei que é a língua do povo lá fora Vingança do tempo me dizendo que eu sou estrangeiro Estrangeiro em minha cidade que me mandava embora Minha janela apenas ouvia impassível O som do dilúvio de minhas lágrimas Em mais um dia igual, por uma cortina estreita Minha janela não quer que eu veja meus sonhos no quintal Foi nadando nessas águas, nesse rio sujo Que eu gritei minha fala nesse teatro imundo Nadei contra a corrente, vesti espada e escudo Mas eu não sabia que era só eu contra o mundo Eu lutei Lutei até cair de tanto cansaço Eu joguei Mas fui derrotado em meu próprio time Eu julguei Mas não devia pra não ser julgado Perdoei Perdoei porque talvez fosse meu o crime