Eu ingeri uma dose letal de veneno e saio pela cidade tudo está consumado agora é fatalidade o por vir então se resume em mera questão de tempo eu condensei meu futuro expectativas de vida em parcos fugazes momentos e pelas ruas vou me liberando quebrando vidraças desacatando a autoridade blasfemando contra vontade de deus contra a pátria e a propriedade a agonia de um suicida é a mais fiel expressão da liberdade uma nau sem amarras que os ventos da sorte conduzem ao porto, à morte sempre gostei do vermelho a cor do pavilhão é a cor do nosso coração e tento sem hesitar com um objeto cortante seccionar a jugular e então numa poça de sangue descubro afinal que a felicidade é ver em fim satisfeitas com todas as letras as minhas moribundas vontades