Se meu barco é veleiro Preciso demais de mar De mais mar Meu amor tem corroído O aço dos dias nem sinto Aqui meu mar Não tem espaço Não cabe amor Em mim Seu barco Estamos a marcar o tempo Com o tempo só o vento há de ficar As folhas que caíram aos nossos pés Coisas que não ousamos tocar Estamos a marcar o tempo Com o tempo não se pode brincar Fez eterna essa tormenta E não sustenta em levantar De tão terna não enfrenta E os fios, os laços, os cabelos Anzóis, os braços Aperto no peito O cheiro, o rastro E o vasto campo de borboletas Agora guardados na gaveta