Enxugando o gelo Sua realidade segura por um fiapo de cabelo Apego pelo tempo, melhor não tê-lo Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo No último capítulo, vimos nosso herói encontrar-se em maus lençóis No momento crucial em que teve sua piada mensal fatiada Ao realizar a manobra arriscada de manter ao mesmo tempo Comida no prato, iluminação, água pro banho Bom nível de informação e temperamento intacto A seu favor, ele conta com sua quase total imunidade espiritual Corpo e humor à-prova-de-contas Além de uma dose generosa de honestidade fazendo o diferencial Contra ele, credores-comedores-de-cabeça Agiotas ultra magnéticos (além de outras aves de rapina menos cotadas) De butuca, em cada esquina Corte pra outra cena, sem anestesia A liberdade estendida na sua frente tendo um ataque de epilepsia Ordem para o povo, progresso pra burguesia Tele-apatia, nossa ação já se encontra no campo do movimento condicionado Sorria, você está com o filme queimado Uma vez mais sua volta será necessária Pra ver se deixa tudo pelo menos no empate (ou zerado) Sigo na batida, a frequência desse pensamento Não pode ser captada com perfeição Por um receptor enferrujado pelos padrões do dia-a-dia Enxugando o gelo Sua realidade segura por um fiapo de cabelo Apego pelo tempo, melhor não tê-lo Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo Mudanças no eixo terrestre Escassez de água Peixes com 3 olhos caminham saudáveis pela baía de guanabara Naquela fase da vida em que a conjunção tempo e dinheiro É quase como um eclipse Cidadãos passeiam por jardins floridos Tendo como fundo o céu decorado por mísseis (em queda) Subsídio da vida para o cultivo de poetas Subsídio da mídia para o cultivo de amebas Inseminação natural de ideias Minha mente é como um quilombo moderno Lugares para todos os pensamentos refugiados Pela insensatez reinante no planeta terra Enxugando o gelo Sua realidade segura por um fiapo de cabelo Apego pelo tempo, melhor não tê-lo Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo