No cabelo da cabocla vi desvanecer O imbróglio que minha mente queria curar Eu não sei se eu passo fome Ou se eu vou à Lua Cadê papai, mamãe? Filhinho só diz: Ai, ai Pra que Wi-Fi se eu durmo na rua? A paz tem óleo pra extrair O cais do mundo estancou na pobreza E pousou em Marte O brio do homem tá num croqui O breu do lobisomem caiu doente Cadê papai, mamãe? Nem me criou e nunca mais dormiu aqui Na esfera da ferida me senti normal Descobri espécie nova de fossa abissal No caudal do chorume que escorre impune Na sarjeta nua Tela de LCD, Cida cadê você? Com meu cumê de conserva crua Ciclone os drones vão iludir Dow Jones e sobrenomes só pra quem pode Na praia bela se lê gibi Lá na favela a página amarela estampa a morte Me diga seu robô Onde é que está o doutor Que eu tô pra me esvair Quem emprega o desapego ao dinheiro santo? A fortuna cala a fauna sem ouvir o pranto E no canto de sala o nobel estrala brilhante O brilho embaralhou as bieletas do bem Banquete de desdém num possante Troféus solares no meu quinta Escarcéus alimentares por onde passam Só céus e mares no meu mural Parcelam passos as massas nas mangas que arregaçam Onde é que viu viver? Cavei, catei, cadê? Onde é que evoluiu? O pileque do poder plastificou o caos A plateia na caverna se achou o tals A nave espacial decolou do atraso e é pequena Smart na TV, no fone, no PC Smart-se você entre em cena O super-homem tá pra existir A seita some onde a carência se faz presente Que super-tech me faz sorrir? Um breque à angústia só vem no carinho de quem me ame Start, play, bebê Me leva com você Não me deixa no frio Start, play, bebê Me leva com você Não me deixa no frio