Saio do bordel Quando sai o sol Pernas que procuro Andam pelo cais O bêbado da esquina Do cigarro quis o toco E a plenos pulmões gritou! Quando é a minha vez? Sabe aquele homem Que existe e ninguém vê Labuta como escravo Mas não tem o que comer Despenca dos andaimes Soterrado em construção Se ele é o refém Morre junto com o ladrão Oh! Oh! Oh! Direto pro paredão Poderosos metem cargas No porão e no convés Alteram documentos Compram armas nos quartéis Cruzam a fronteira Do senado e da favela E sobem a ladeira É a lei dos coronéis Oh! Oh! Oh! Direto pro paredão circulando Crianças deitam Os seus corpos nus Bocas escarram, salivam água e pus E geram filhos Na escuridão E os arrastam Esfolados pelo chão Oh! Oh! Oh! Direto pro paredão Oh! Oh! Oh! E morrem no paredão circulando Oh! Oh! Oh! Direto pro paredão