Cavalo de pau, espada na mão Chapéu de jornal, fé no coração E clama por ter um bom escudeiro Pois julga-se ser um grande guerreiro Sem ódio, sem medo, sem muito pensar Cigarro no dedo, a cantarolar Com voz de alma pura, tonada de flor Já é criatura um vão sonhador Não mais pele fina, pelo barbear Esquece a menina, esquece o sonhar Aceita da vida o condicional Esquece a avenida do seu ideal Coloca de lado qualquer diversão Engole o caderno e decora a lição Por entre milhares desse carrossel Você pobre amigo é mais um bacharel Na grande cidade o sucesso é fatal Levanta seu nome, seu potencial Sem tempo pra amante ou pra genitor Tornou-se importante, um grande doutor Um dia calado a se consultar Ao lembrar a espada e o lindo sonhar Responde sereno sem muito pensar É tarde meu velho, o jeito é chorar