Pra quem senta quieto, à mesa de um bar Em meio a tragos de canha e fumaça O riso e o pranto são puros contrastes De treva e de luz, alegria e desgraça Se a mesa de um bar é palco de amores Cenário montado com fogo e paixão Também é desfile de atrizes e atores Traçando seus rumos à luz da emoção Romances, discórdias, promessas seladas Segredos guardados por trás dos balcões A tudo ela assiste, servil e calada Com brindes à vida e às ilusões A mesa de um bar é recanto fraterno Partilha de sonhos, e mágoas também Achego e abrigo nas noites de inverno Àqueles que buscam carinhos de alguém A mesa de um bar merecia bem mais Que estes rabiscos de rima incompleta Mas ela compreende e perdoa os mortais E as mãos titubeantes de um pobre poeta Romances, discórdias, promessas seladas Segredos guardados por trás dos balcões A tudo ela assiste, servil e calada Com brindes à vida e às ilusões