Eu, lusíada que sou Colonizado iludido Ei! Traz aqui pra mim meu gin! Passo o dia inteiro assim Só olho o meu umbigo Eu, lusíada que sou Com a migalha que restou Sigo sem ter entendido Lembro do tio Joaquim Nem mudou, nem tanto assim É o que vem desde o imperium Pois a mente que devia ser Como flauta, Inexaurível Ao inflar do ego, virou motor Tão latente, tão previsível Mas não é de agora Que entreguei a ti o meu tamborim Abri mão das minhas raízes Não vi foz, queimei raízes E troquei por um metro de cetim Eu, lusíada que sou Depressivo, extrovertido Não há quem passe frio nem calor Não sabe nem quem lhe falou Não há nada garantido Pois a mente que devia ser Como flauta, Inexaurível Ao inflar do ego, virou motor Tão latente, tão previsível Mas não é de agora Que entreguei a ti o meu tamborim Não vi foz, queimei raízes E troquei por um metro de cetim Eu, lusíada que fui Não vi pedras no caminho Rejeitei o meu destino E ao meu sangue latino