Num fundo de campo Num final de tarde Quando o céu de fogo Lambe o milharal Gritos e poeira Mudam a paisagem Reavivando a imagem De um velho urutau Uma voz de outrora Adentrando a janela Pedindo pousada De encerra e galpão Um sonho gaúcho Vira realidade Uma velha saudade Deixa um coração É o filho que volta Vem tropeando a vida E o pranto se solta No abraço de um pai Vão tomando mate Tropeando lembranças Que o sonho esperança Jamais tenha fim Mas, no outro dia Tudo recomeça A tropa sem pressa E a vida - a vida é assim Quando o Sol clareia Eles lá se vão Somem estrada afora Em meio à cerração No ranchinho triste Volta a solidão E um Rio Grande antigo Chora de emoção O tropeiro sente A saudade do pai E o velho chorando Seu filho que vai Vai jujando um mate Com o pranto que cai Doce, se alguém chega Amargo, se alguém sai