O que há de se cantar Sem versejar coisas que não Se tem como contar? Mil poetas vão dizer Sem mesmo crer, mas ensejar Coisas que já nem há Coisas que invadem com o tempo Um coração, mesmo isento de ilusões Subalternas canções Que perpassam razões Sem ter razão de ser Quantas liras vão urgir Ao insurgir pro bem de quem Não tem porque cantar E então, ouvindo o testemunho De quem almejou, por bem Em punhos destemidos Libertar uma canção Que apura os sentidos De quem sente o coração Pulsar arrependido De pulsar ingratidão Um vil mortal, em prece Nos carece indagar O que há de se cantar Sem versejar coisas que não Se tem como contar?