Eu vim pra exaltar A sabedoria popular Pois pularam nossa história Apagaram nossas glórias Mas não vou deixar passar não É o que ferve o coração Mas não vou deixar passar Era uma vez, a história do povo Perdido num canto do mundo que se fez Pelas tintas imundas das penas De um pombo sujo português Foi assim que ela foi divulgada Enquanto Pero Vaz caminhava Nossa gente era demonizada Catequizada e foi reduzida a nada Eu sei, que eles nunca descobriram Nada é tudo do povo, dos ancestrais Dos antigos que aqui caminhavam Respeito das ervas, dos animais E sua história real esculpir, numa pedra antes de dormir E o Sol quando nos castigava tocava tambor para chuva cair Eu vim pra exaltar A sabedoria popular Pois pularam nossa história Apagaram nossas glórias Mas não vou deixar passar não É o que ferve o coração Mas não vou deixar passar Respeite sua avó, sua mãe Todas as preta que te querem bem Elas nos ensinaram tanta coisa Nem pontuaram na prova do ENEM Vem das antiga, das correntes O feitor do coração de pedra Não é vitimismo isso é cicatriz Então cala essa boca racista de merda! Que eu sou quilombola, capoeira Guerreiro de zambi em busca da paz Pesando mais de 7 mil arrobas Como diria um tal de satanás Que diz que falhou ao ter filha mulher E eu me orgulho da minha coroa Me fez guerrilheiro, cria Paripe E me protegeu pra não crescer à toa Me mantinha só dentro de casa Com medo desse mundo esquisito E os que me chamavam de prisioneiro Hoje mora na Lemos de Brito Ficou pesado, mas é só gratidão Por um tempo que não volta mais Então deixa esse reggae entrar na sua mente E te conduzir ao caminho da paz A massa que passa que segue um padrão de ser um só Amassa o busu tá lotado pra alguém ficar melhor A massa que passa que segue um padrão de ser um só Amassa o busu tá lotado pra alguém Que sangue é esse que escorre entre as ruas, Salvador Dois, três, salve eu! Alguém chame um doutor pra minha dor Não quero destruir seu castelo Não quero destruir