O peixe tem a fome do peixe Mar aberto água gelada Nada, nada, nada e além do nada o próprio mar A gente tem a fome da gente Carne aberta, faca afiada Cala, cala, cala sobre a própria história sem lembrar Que o tempo tem a fome do tempo O tempo tem a fome do tempo O rio tem o tempo dos rios Veia velha, mata alagada Corre, corre, desce imenso e morre por chegar Onde o vento venta a todo momento O vento venta a todo momento No vento corre o sangue do tempo E o tempo faz da gente um momento Faz da vida um pequeno vento Faz tudo passar O rio tem o tempo dos rios Veia velha, mata alagada Corre, corre, desce imenso e morre por chegar Onde o vento venta a todo momento O tempo tem a fome do tempo A gente tem a fome da gente E vento que me venta por dentro Leva o sopro, o momento Faz mundo rodar