Já peleei contra os tirano, vi a morte cruzando por perto Num combate a céu aberto, do meu corpo, eu fiz trincheira Sou da terra missioneira aonde Sepé nasceu Pra defender sua querência, covardemente morreu Eu tenho sangue de índio, este chão também é meu Brotei do ventre do pampa Com dom de poeta, nasci Até no chão onde piso Tem versos que eu escrevi Sou Sol, sou chuva, sou vento Eu sou rio, sou correnteza Sou clarão da Lua cheia Sou parte da natureza Nas rimas xucras, eu trago Arte, cultura e beleza Não pesquiso em dicionário Sou aluno de inteligência Meu cantar é um campo aberto Várzea, coxilha e querência Gaita, mulher e cavalo É a razão do meu viver E, no segredo do verso Eu morro e torno a nascer Sou um pedaço do Rio Grande Neste meu jeito de ser O meu linguajar é simples Na escola, pouco aprendi Sendo o que sou, já me basta Me orgulha o chão que nasci A minha voz é um clarim Tocando na reculuta Carrasco pra quem não me ouve E escravo de quem me escuta Eu sou um palanque da história Cravado na terra bruta O meu sangue é temperado A ferro e fogo de guerra Xucrismo dos de bombacha Que defenderam esta terra Foi a casco de cavalo A chumbo e ponta de lança Que este chão foi conquistado Com sacrifício e matança É por isso que o Rio Grande Hoje, pesa na balança É por isso que o Rio Grande Hoje, pesa na balança Vai o meu canto abençoado pelo patrão celestial Cruzando pago e querência do chão Internacional Levando a cultura xucra, do meu Rio Grande imortal