Minha cama, o meu sesteio é o berço da tradição Eu sou contra a evolução, preste atenção no que eu digo Conservo o sistema antigo e a nossa estampa campeira Quem foi cria missioneira segue essa estrada comigo Aonde eu abro esse meu peito Quem canta, pouco se afasta O modernismo se entrega Sob o' meus pé', ele se arrasta Sou a bandeira do Rio Grande Sou missioneiro e me basta Os gaúchos de hoje em dia esqueceram o campeirismo Se entregaram ao modernismo, estão perdendo o apego Quando carneia um borrego, corta a pele pelo meio Botam em cima dos arreio' uma garra de pelego Gauchada do Rio Grande Vamo' se unir mais um pouco Não usem bombacha estreita Porque isso é traje pra louco E o chapéu muito pequeno Só serve pra juntar coco Tem jovem se destruindo e ainda pensa que é feliz Respira um pó no nariz, já fica louco e se anseia Bota uma argola na oreia' que é pra enfeitar o esqueleto Um silicone nos teto' e um rabicó nas gadeia' Tem magrinho esgualepado Pensa que aguenta o repuxo Só calça tênis de marca E veste terno de luxo Se traja uma vez por ano E se considera gaúcho Tem prendas no meu Rio Grande fugindo da nossa trilha Bancando ser de família, usando roupa indecente Só com uma tira na frente que um xucro vê e se apavora Com quase tudo de fora, não tem respeito que aguente Domingo no CTG Se atraca no barifum Mas, quando é segunda-feira Bota um vestuário comum E desfila mundo afora Mostrando perna e bumbum