Dona Toinha Não largava a ladainha Mas aí Tonico vinha E ela tinha que largar O sol a pino E todo ano era um menino Ela viu que o seu destino Era parar lá no Pará Juntou os “fio” Tava calor, mas sentiu frio Quando se viu em um navio E disse “adeus, meu Ceará” Quem é do norte Antes de tudo é um forte Engole o choro e cospe a má sorte Pra mó de continuar O seu Tonico Que era um cabra impudico Que nem galo bom de bico Toda noite tava lá Mas o gatilho Que o destino usa com brilho Lhes ceifou uns cinco filho’ E eles voltaram pro Ceará “Meu padim Ciço Mas que diabo será isso? É quebranto ou é feitiço É castigo ou é azar? O pobre peca Mas Deus já nos dá a seca Fome, sede, enxaqueca Pra que mais quer castigar? ” Deus é arisco E Toinha sabe o risco Foi rezar pra São Francisco Pro confisco acabar O nordestino Antes da sina tem o tino Morte e vida, o severino Tá cansado de enfrentar “Que sorte é essa Que acaba tão depressa? Eu lhe faço uma promessa Ó Francisco, venha cá Salve meus filho’ Só lhe peço esse auxílio E eu lhe mato um novilho E seu nome vou zelar” Foi um fuxico Disse o pobre, disse o rico Que nasceram oito Chico’ Naquelas banda’ de lá É inconteste Que quem nasce no Nordeste Sabe pelejar co’a peste Pra mó de continuar