Estou na cidade dos enganos A cidade que mata os sonhos Fábrica de luxo da ilusão Onde realidade é ficção Os luminosos dos motéis Exibem o amor de aluguel A sombra estendida dos prédios Sombria melancolia, tédio Não há horizontes, nem fontes Não há socorro por trás dos morros Pontes que levam nenhum lugar Onde posso, onde irei me encontrar? A vida num beco sórdido Alegria, um riso mórbido Não há luz no final do túnel Logo vai ficar mais escuro Estou jogando meu último lance Mas a banca tem todas as chances Querem me roubar a alma e o chão Tudo é só alucinação Vago perdido em minha solidão Vivo apenas na desilusão Num labirinto de pensamentos Eu sei, são só palavras ao Vento São só palavras ao Vento