Me abro nas últimas folhas do caderno Começo já pelo fim E a verdade se abriga em minha sola À sombra morna do Sol É tudo tão breve e incerto, não é? Há algo sagrado nos cafunés Dedos desembaraçam sonhos Que vivem nos cachos, nos pés Do banco da frente do ônibus Vai passar o triunfal Que confunde e se funde à luz E me conduz ao trivial Vai passar o triunfal Que confunde e se funde à luz Vida perdida em devaneios Deve já ter sido assim desde o início Há um monte de razões pra travar os trilhos mas Um trem nunca liga para o seu destino Entre baques surdos, vácuos mudos, descarrilho Ultrajado pelo orgulho Que protege o meu melhor Esse corpo se arrepia E transborda em suor Vai passar o triunfal Que confunde e se funde à luz E me conduz ao trivial Vai passar o triunfal Que confunde e se funde à luz