Este cusco brasino, cara branca, pequenote e rabão, que o parceiro está vendo enrodilhado aí perto do fogão, foi mordido de cobra na paleta quando troteava atrás de uma carreta, cruzando um macegão. Resultou de tal manobra que o veneno dessa cobra cegou meu cusco rabão! Faz um tempão que se deu esse tropeço... Dava pena, no começo, ver o cusco, atarantado, pechar de frente e de lado, chorando como um cristão. Agora, vagueia solitário pelo pátio, perdido nessa noite sem aurora que um dia lhe desceu sobre a retina. Por isso, quando a noite se embalsama de perfumes e os pequenos e inquietos vaga-lumes acendem lamparinas nos brejais, eu maldigo a injustiça do destino quenao ouço o uivo triste do brasino chorando a lua que ele não vê mais.