Apocalipse do guetto, Manigold, Lucas Cabral Cês tão prontos pra verdade? Sem filtro, sem corte Só a realidade nua e crua Eu vejo o mundo queimando e ninguém faz nada Só farsa na tela, promessa comprada As leis são pra quem? Pros manos na rua? Se o sangue é nosso, mas o ouro é da sua? Favela é o inferno que o rico financia Morre mais um, estatística vazia Chacina no gueto, quem vai noticiar? Mais um corpo no chão, só mais um pra contar Noite cai, sirene grita Mais um preto no chão, mãe aflita Sistema fecha, sem saída Brasil nos mata todo dia! Rádio distorce, distorce a verdade Na tela um monstro, na rua um covarde PM me para, já quer me esculachar Se eu reagir, já sei: Vão me matar Tô cansado de ver mãe chorar Filho no chão, não vai mais levantar Mídia censura, distorce, manipula Herói de farda? Matando na curva Noite cai, sirene grita Mais um preto no chão, mãe aflita Sistema fecha, sem saída Brasil nos mata todo dia! Sistema tá podre, justiça é piada Se é rico tem chance, se é pobre é enforcada Paz pros meu povo? Só quando, então? Quando essa elite cair no lixão Favela cansou de ser alvo de guerra Não tem opção, só nos resta a terra Mas se um dia nós se levantar Cês vão ver quem é que vai chorar! Isso aqui não é música É um desabafo de quem vive no inferno, todo dia! Noite cai, sirene grita Mais um preto no chão, mãe aflita Sistema fecha, sem saída Brasil nos mata todo dia!