Venho assoviando uma coplita Que se desprende da minha alma Ao trote manso, na noite calma Quisera eu, ser chamarrita Tenho uma dama que está distante Ficou nas casas cuidando o ninho Eu saltei cedo e abri caminhos Com uma tropilha de égua por diante Rompeu o dia quando cruzei O passo largo do arroio fundo O sol já vinha clareando o mundo Que era outro quando encilhei E a chamarrita do assovio Que não me deixa andar solito Antes que eu desse o primeiro grito Disse: “Até a volta!”... E depois sumiu Da estância velha, sou peão do posto Bebo o sereno do banhadal Que eu reconheço, por ser “mensual” E o que me toca, faço com gosto Vou levantando com a manhãzita Junto ao floreio que sai da goela Gado, rebanho e algo dela Que eu deixei junto com a chamarrita No que não tenho, tenho pensado Se me faz falta, ou não preciso Já que a fortuna daquele riso Sempre me traz de chapéu tapeado E quando a lida chegar ao fim Com a mesma copla bem assoviada Volto no rastro da madrugada E a chamarrita canta pra mim Tropilha adiante, trote “chasqueiro” Arreio frouxo, serviço pronto Saudade dela me deixa tonto E o que eu mais quero é chegar ligeiro Sou peão do posto, sei que é bendita A minha sina que tanto prezo Aperto a cincha, pra Deus eu rezo E pra minha prenda, uma chamarrita