Uma fumaça levanta no costado do galpão Debaixo duma figueira clareia um fogo no chão Um mate corre na volta, passei a canha num frasco E enquanto o domingo alinha vai se ajeitando o churrasco Manhã bonita de Sol que reúne a muito gosto Toda a peonada da estância, gente da granja e do posto Porém o dia de ontem a tarde foi da carneada Dois capão, um leitãozote e uma brazina pesada A sombra fica varrida com vassoura de carqueja E com gelo e casca de arroz, num tonel gela cerveja A salmoura numa guampa, espetos de amarilho E o fogo fazendo braza de aroeira e espinilho O assador macanudo com tirador de avental Tapeia o chapéu na testa e vai conduzindo o ritual Com facãozito retaco que na chaira assenta o fio Resbala um aperitivo de matambre ou de vazio Como era lindo esse tempo de fartura nas estâncias Tempos de outros valores, outros gostos e fragrâncias Como era lindo um churrasco contemplando vida e rumo Charlas de campo e serviço, coisas de apego e consumo Os ciclos foram mudando, as heranças repartidas E as celebrações rurais foram ficando esquecidas Hoje o tom dos argumentos relacionam outros luxos Mas eu prefiro a humildade de um churrasco bem gaúcho A sombra fica varrida com vassoura de carqueja E com gelo e casca de arroz, num tonel gela cerveja A salmoura numa guampa, espetos de amarilho E o fogo fazendo braza de aroeira e espinilho