Modas não me dizem flores Nem virtudes Peco pelos desatinos Que a vida nos urde Calos pelos pés E pelas mãos Mas não calo o que arde Na contra mão de um homem Há sempre outra metade Meninos conduzindo sonhos Destino carregando fardos A parte que lhe dói É a mesma que me parte Você me faz em dois Mas não me fere a arte Pois sei que todas as manhãs São primogênitas das tardes É como se amar Fosse questão de sorte Desafiando a dor Para sentir-se forte Aprimorando o riso Pra não temer a morte O tempo bom passou pra nós Distinto e sem alarde Espero sim que me perdoe Por ter chegado tarde