O cabra nordestino Foi para o Acre cortar seringa E fazer seu pé-de-meia Lá no coração da selva Onde aviamento rimava com sofrimento A malária era companheira A onça o seu medo A solidão o seu cais Para seu alento havia na virgem mata O cantar do uirapuru E a alvorada dos guaribas Poronga nos caminhos alumiava e alumiou Às quatros já saia pra vida pro labor Seringueiro que fez a Bolívia de cá Defumando borracha quem lucrou foi patrão Sonhava a volta pro sertão Sem saldo foi ficando E no tempo a escravidão E se arribou do seringal Com trapos no corpo Cara e coragem Chegou na capital Na periferia O cabra nordestino Vai traçando o seu destino Com os filhos que Deus lhe deu No mundo de Deus-dará No mundo de Deus-dará No mundo de Deus-dará