Pra um campeiro abrir o peiro No altar da noite longa, É só ver um verso pastando No braçoi de uma milonga! O mato vira guitarra, O campo iluminativo, E uma roseta tilinta No ferro friu dos estrivos! Sou a própria alma da terra -pagé de estância e querência- Meu canto guarda a magia De uma estranha florescência. Salmos crioulos dos galpões Trago no canto dos galos E mil cantares noiteiros Com relinchos de cavalos! Minha guitarra campeira Guarda murmúrio de rio... De dia dorme solita Pra de noite entrar em cio! Por isso a noite se emprenha Deste crioulo acalanto... E a minha alma dá cria... Sina de campo e de canto. Sou a própria alma da terra -pagé de estância e querência- Meu canto guarda a magia De uma estranha florescência.