A imagem do meu pai Tenho na mente gravada Um homem trabalhador Que vivia na estrada Muito querido dos filhos E também de sua amada Um herói da nossa terra No seu ranchinho da serra Não deixava faltar nada Botava os bois no carro Saía de madrugada Nessas madrugadas frias Às vezes caindo geada Quanto o carreiro sofria O tempo de chuvarada No trabalho defendia O seu pão de cada dia Pra tratar da criançada Meu pai voltava pro rancho Cantando uma toada Os filhinhos no terreiro Esperavam a chegada E dizia um bença pai Com a mãozinha arrumada Ele dizia tranquilo Deus abençoe meu filho Pegava a bênção de cada Mas um dia pressentiu A sua hora marcada Sentiu o peso dos anos Fez sem querer a parada O carro não cantou mais Deu descanso pra boiada Hoje não carreia mais Já foi descansar em paz Na derradeira morada